Liturgia Eucarística Católica
Chego no Natal encontrando em mim um sentimento de Ação de Graças, decidida a NÃO me deixar envolver pela violência e medos que insistem em desabar sobre o mundo.
Minha Ação de Graças NÃO é frieza ou indiferença às dores intensas que nos cercam e encontra, em especial, as pessoas, as famílias, as vítimas da guerra.
Minha AÇÃO DE GRAÇAS é a teimosia da fé no garoto do presépio, aquele que nasceu na manjedoura, foi envolvido em faixas pobres e cuja estrela invocou o caminhar de reis.
Minha Ação de Graças é essa esperança na contradição entre pobreza e palácios, entre a mística de uma família em fuga para salvar seu bebê e a violência de um rei poderoso.
Não quero usar a palavra vitória, a considero capitalista demais, teologia da prosperidade demais, mas chamar a atenção sobre esse encantamento da vida, no momento em que, de tão derrotados, as pessoas se tornam vitoriosas.
Foi assim com Maria, foi e é assim com Jesus na manjedoura. A criança calma e a sua mãe a acalenta com a esperança, dando-lhe o leite materno que a sustenta, com o mel de um amor que transpassa a realidade violenta e sobrevive pela teimosia de um sonho da vida.
No presépio, José é o coadjuvante de uma história de amor e, de tão humilde, se torna o novo Patriarca de muitos.
Natal é a transposição da dor em esperança, do medo em força, porque, quando tudo nos falta, é preciso acreditar na mística do menino derrotado segundo as regras do mundo e totalmente envolvido no amor de uma mãe que liberta.
Natal é a mística da fé quando tudo dá errado, e a perseverança prevalece sobre a racionalidade que se impõe.
O Natal contém em si, a mística de uma páscoa que virá com a confiança da missão cumprida.
"Texto escrito em homenagem às famílias Palestinas e a todas às famílias vítimas da guerra".
Nenhum comentário:
Postar um comentário