Terceiro texto da série:
A CLASSE TRABALHADORA CANSA
E esse cansaço vem do fato que nossas atividades são muitas, nossas agendas são naturalmente lotadas.
Outra explicação para o cansaço é que fazer a Campanha política para a esquerda requer um trabalho intelectual exaustivo, um controle emocional de um monge budista, uma paciência de Jó, um amor fraterno de São Francisco de Assis, a ginga de um capoeirista.... E essa lista não termina...
Haja Pranayama!
Para quem não sabe o que é Pranayama, é a respiração praticada na Hatha Yoga que possibilita maior consciência e controle emocional.
Sendo uma brasileira que segue e pratica o catolicismo romano, existe em mim uma sutil diversidade cultural que me estrutura na luta cotidiana e política, sendo assim não me sinto constrangida de usar as técnicas de respiração da Hatha Yoga - Pranayama - misturadas com orações, rezas, meditações e reflexões intensas para conseguir sobreviver ao encontro com a extrema direita, viver o enfrentamento sutil, mantendo um sorriso no rosto.
Essa minha diversidade interior é muito útil em fazer trabalho de base: é que fazer campanha política para a esquerda em tempo de fascismo é encarar o que há de pior no outro, que mobiliza o que há de pior em nós.
Requer uma capacidade de dançar diversos ritmos.
Capacidade de entrar e sair de cenas das mais diversas, sem arranhão, sem rasuras na alma ou no coração. Trata-se da mística de se refazer em movimento.
Falta na esquerda essa "pegada" de sair para a ação - para o encontro e/ou confronto e aprender com ele e a partir dele.
Sujar-se de barro, mergulhar no açude, lavar-se na cachoeira, secar-se ao sol ardido, caminhar até suar, sentar-se embaixo da árvore, pedir uma água fresca, rezar para que a água esteja tratada, lutar para que água seja tratada e recomeçar em uma constante. Falta a esquerda embrenhar-se de cotidiano.
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