TENHO MEDO
Do contágio do ódio e das mentiras tomando conta de tudo como uma água suja que surge dos porões da alma e se espalham pelas redes sociais como veneno que destrói a esperança.
Olho com saudades para dois mil anos atrás, onde redes de pescadores simples espalharam o milagre do amor fraterno como esperança de uma vida plena.
A palavra rede continua a mesma, mas seus conteúdos foram trocados por palavras maléficas que geram ações também maléficas.
TENHO MEDO
Das armadilhas infinitas do cotidiano, em uma realidade em que tudo, absolutamente tudo, pode dar muito errado para uma mulher da classe trabalhadora.
TENHO MEDO
Da solidão como prêmio da derrota.
Da ilusão como prêmio da vitória.
TENHO MEDO
Das armadilhas infinitas do cotidiano, em uma realidade em que tudo, absolutamente tudo pode dar muito errado para uma mulher que vive aqui embaixo, nos porões da luta cotidiana.
MEU MEDO não é pessimismo, é senso de realidade.
Andamos sobre linhas tênues, buscando desesperadamente o poder de passar pela porta estreita.
Somente o milagre de Davi que venceu Golias pode nos salvar. Mas encontramos a dor da Cruz em nosso cotidiano - chegaremos à crucificação com a dignidade de quem confia, ou seremos tragadas pela covardia da traição no meio do caminho?
TENHO MEDO porque somos solidão.
Tudo absolutamente tudo pode ser armadilha.
Sobrevivemos a elas pela graça de um mistério que nos sustenta.
Que me perdoe os racionais, a sobrevivência aqui, nesse plano inferior, tem muito mais a ver com MILAGRES do que com qualquer outra coisa.
As cobranças são infinitas e vem como prêmio de VITÓRIAS não reconhecidas, por isso TENHO MEDO.
Não se iluda - nada está bom.
Nada é suficiente.
A meritocracia é uma falácia, porque a meta é sempre dobrada a cada conquista.
Estamos cansadas, é hora de rebelar-se para arrumar tempo e arrumar a casa da alma. Tirar dali antigas culpas, antigos medos, antigos ódios e ilusões.
Na esperança que a limpeza me traga uma saída. Estou envolvida na luz de um trabalho interior que me destroça o espírito.
É preciso cavar antigas dores, espaços onde o alerta de armadilhas ainda habita.
Ali mora a dor descomunal que nos mutila o espírito, mas mora também a esperança de que, uma vez limpa a ferida, os anticorpos e forças ocultas se manifestem.
É preciso limpar tudo, deixar em ordem para renovar-se.
Afastar antigas ilusões e esperanças que se mostraram falsas e deixaram feridas.
Nossos exercícios internos têm o poder de mudar nosso futuro, de vencer a mentira e o ódio dos extremistas?
Minha esperança é que a resposta seja SIM!
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