As mídias sociais são uma realidade entre nós. Muitos dizem que vieram para ficar, que são uma bênção para a humanidade. Outros, de diversas tendências, falam sobre a divulgação de conteúdos nefastos. É claro, todas as pessoas de bom senso reconhecem o perigo das mentiras nas redes e a importância da regulação das mesmas.
Mas quero destacar um dos desafios que as redes sociais nos colocam: o EXCESSO de mensagens, ideias e conceitos que chegam até nós em uma velocidade infinita, que atropelam a nossa capacidade de elaboração.
Participando de diversos grupos de zap, em um esforço sobre humano de fazer dessa participação um instrumento de transmissão de conhecimento libertador, me encontro quase sempre sobrecarregada de conteúdos que me irritam e desafiam a minha capacidade de comunicação com o diferente.
Esse excesso de conteúdo, muitas vezes me leva àquela sensação desagradável que o mineiro define como "perder o fio da meada", que pode ser definido ainda como perder a linha de raciocínio, desviar-se do caminho.
No emaranhado de informações e conteúdos fica-se a necessidade de organizar as ideias, focar a atenção de forma efetiva e destrinchar possíveis incógnitas que nos são apresentadas.
Se Antonio Machado disse: “caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar”, simbolizando o processo de formação do pensar e das ideias, a internet se torna um terreno fértil de possibilidades para se perder.
Então, nessa primeira semana do ano, me propus ao trabalho de organizar algumas frases que me impactaram em 2023 e construir o "fio da meada" proposto pelo mineiro tradicional.
"É ano novo outra vez.
E o que você fez?", Simone.
FIZ O QUE DEU.
Ampliando as possibilidades de significado do movimento da vida que se dá dentro da contagem do tempo cronológico de Dezembro de 2022 à Dezembro de 2023, construo novas respostas possíveis à indagação:
O QUE VOCÊ FEZ?
Fiz muitas coisas, mas o sistema capitalista continua me dizendo que não é o suficiente.
Trabalhei dia e noite, mas a dor da humanidade se recusa a diminuir.
Vivi, amei, chorei, aprendi, esqueci e me lembrei.
Sempre com ouvidos amigos a me escutar.
Fiz muitas coisas, mas a culpa me acusa de não ter sido suficiente.
Por que eu preciso responder essa pergunta?
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