segunda-feira, 12 de junho de 2023

ASSÉDIO - CONTINUAMOS NA BUSCA POR CONCLUSÕES…


A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO ADEQUADA NO ENFRENTAMENTO DO ASSÉDIO:


É no enfrentamento do problema no cotidiano, no dia a dia, na face a face com o algoz que teorias como Teoria da Assertividade e Comunicação Não Violenta, assim como o treinamento do princípio da resiliência, fazem sentido. Mas, se aplicadas sozinhas, vão apenas sobrepor à vítima mais um peso – o peso da mudança institucional e do sistema.

Para demonstrar os momentos cruciais que essas teorias fazem sentido, vou exemplificar:

- As pessoas que fazem as brincadeiras nefastas contra mulher, homossexual, negro e outros grupos, quando confrontadas a resposta é sempre que nós SEMPRE brincamos assim, agora vocês estão cheios(as) de “mimi”.

- Quando confrontei um homem sobre o fato que ele se aproximava excessivamente de mim para conversar, ele me respondeu que eu estava desrespeitando o direito dele de ir e vir.

- Ao ignorar – fazer “cara de paisagem” às brincadeiras de cunho sexual que outro homem fazia, ele aumentou a dose do desrespeito, dizendo ao grupo que eu era burra, pois não entendia brincadeiras.

- Ao sair de uma reunião, onde eu debati com o gerente e o enfrentei abertamente, fui deixada de “lado” pelo grupo, enfrentando o mal estar de uma SOLIDÃO IMPOSTA SILENCIOSAMENTE.

São em momentos como estes que as teorias e princípios citados acima fazem muito sentido. O princípio da resiliência vem como que em socorro à mente prestes a “entrar em parafuso” diante do fato que os princípios que estruturam a preservação psíquica, falando metaforicamente, se abrem em um grande abismo onde nossa auto estima se apronta para afogar.

“Lançar mão” de Técnicas da yoga como respiração profunda, “retornar” para um lugar de paz que lhe seja conhecido, também pode ser muito útil.

Então, depois dessa “parada” estratégica, que às vezes ocorre em apenas segundos, dizemos para nós mesmos:

“Ok, estou nessa situação, sou classe trabalhadora e preciso do salário para SOBREVIVER, assim fugir não é uma opção. Trabalho com pessoas que apoiam o comportamento agressor, portanto é quase impossível prová-lo como assédio. Existem pessoas no grupo de trabalho que não realizam a agressão, mas não são fortes ou capacitados o bastante para enfrentar isso, ou mesmo me apoiar ou testemunhar a meu favor.”

Então o que fazer?

E antes da resposta fácil, como procurar a ouvidoria da empresa, posso lhe garantir que se você não estiver preparada, com provas para realizar uma ouvidoria fundamentada, sua situação a longo prazo pode piorar. Aliás é muito provável que a ouvidoria da empresa te oriente a procurar terapia e/ou um treinamento de Assertividade e Comunicação Não Violenta.

Minha sugestão é que faça esse treinamento antes de procurar a ouvidoria e os faça com o acompanhamento do seu sindicato, para que quando a ouvidoria for feita, você esteja bem capacitada.

A prática do princípio dessas teorias nos ajuda a “limpar” o campo do assédio e mostrá-lo de uma forma que fique claro da perspectiva legal que se trata de um crime.

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