segunda-feira, 22 de maio de 2023

ASSÉDIO - CONTINUAMOS NA BUSCA POR CONCLUSÕES


A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO ADEQUADA NO ENFRENTAMENTO DO ASSÉDIO:


Em nosso tempo, temos acesso a muitas teorias científicas e outras nem tanto, que propõe o desenvolvimento de habilidades sociais que podem ser úteis no enfrentamento do assédio.

Entre as teorias adotadas pelas empresas, destaco a Teoria da Assertividade e Comunicação Não Violenta (https://www.napratica.org.br/comunicacao-nao-violenta/), assim como o treinamento do princípio da resiliência (https://revistaadnormas.com.br/2020/08/04/os-principios-da-resiliencia-organizacional), que podem preparar a vítima para o enfrentamento de situações violentas, assediadoras, capacitando-a para o confronto.

Confesso que eu mesma faço uso desses conhecimentos e técnicas, seja no enfrentamento do assédio, como em orientações a outras pessoas, e as considero muito úteis no trabalho de fortalecimento da vítima.

Como disse em outros textos, o assédio possui diversas dinâmicas que o estruturam e uma delas é a dinâmica social e o papel que a vítima exerce em seu grupo.

Em outras palavras, estou analisando o assédio que ocorre dentro do sistema capitalista que visa única e exclusivamente o lucro e é praticamente financiado pelo mesmo quando este estimula a competição, a vitória a qualquer custo e estabelece os princípios culturais que determinam essa vitória. Essa busca exacerbada para ser o melhor, a negação da sua história e dos ciclos da vida, a necessidade de ganhar sempre mais, é o grande motor estimulador do assédio. No nosso país, soma-se a isso uma cultura arraigada de “brincadeiras” que, na maioria das vezes, são racistas, homofóbicas, machistas, capacitistas e etc.... portanto discriminatórias e vexatórias.

Então temos o “quadro perfeito”, o contexto social “adequado” para a concretização do assédio, que se perpetua por um longo tempo, primeiro porque ele é estimulado pelo sistema e segundo porque vem “disfarçado” de brincadeiras socialmente aceitas. Isso permite o que eu chamei em outros textos de “INTERPRETAÇÕES NEFASTAS”, uma vez que culpabiliza a vítima de não ser sociável, de ser “carracunda”, de não saber brincar.

Assim o grande desafio do treinamento para o enfrentamento da violência psicológica – assédio -, passa pela questão da amplitude do tema. Todas as teorias que li, as palestras que assisti, os treinamentos que tive a respeito me parece fazer sentido se forem aplicados todos juntos, em uma ação intensa de transformação, que vai da consciência do seu papel de classe dentro do sistema capitalista, o conhecimento das conquistas legais no combate ao tema, o reconhecimento dos sujeitos históricos que fizeram esta luta e o desenvolvimento de habilidades para o enfrentamento do problema do cotidiano.

Continua......

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