Resgatando do passado a presença forte na alma da cultura afro, que me fortalece e me impulsiona para frente ao som de tambores, atabaques e berimbaus.
MINHA ALMA CHORA
MINHA ALMA CHORA
Em busca da LIBERDADE
Que a negra na SENZALA
Já sonhava em conquistar
MINHA ALMA CHORA
Em busca da Liberdade
E no vôo pra eternidade
Capoeira eu vou jogar.
MINHA ALMA CHORA
Em busca da LIBERDADE
E no vôo pra eternidade
Uma AVE MARIA eu vou rezar.
E no vôo pra eternidade
O PAI NOSSO vou recitar.
Em busca da LIBERDADE
Muitos SALMOS eu vou cantar.
MINHA ALMA CHORA
Em busca da LIBERDADE
Nesse momento de glória.
De muito esforço e de vitória,
Lutar é meu PRESENTE.
Nesse momento de glória.
De muito esforço e de vitória,
Lutar é meu constante.
MINHA ALMA CHORA
Com esperança é na amizade,
Nesse momento de glória,
De muito esforço e de vitória,
Minha alegria é compartilhar
MINHA ALMA CHORA
Com esperança é no amor
Na proteção de um abraço
No aconchego dos seus braços
Vou superar a minha dor
Hoje o tempo está mudando.
Chora negra chora branca
Nas correntes do egoísmo
Que nos impede de amar.
Chora negra, chora branca
Nas correntes do assédio
Que nos impele a gritar.
Hoje o tempo está mudado
Chora negro chora negra
Nas correntes do sistema
Que nos força a lutar.
HOJE O TEMPO ESTÁ MUDADO
Luta negro e luta negra
Pro racismo superar
Mas é preciso muito esforço
Seja velho ou seja moço
Tem de se preparar
Prepara corpo prepara alma
E isso vai pra história
E todos vão ouvir falar
Do povo que acreditava
Ser bem forte, ser liberto
Fazendo a alma se elevar.
Ieê viva meu Deus, Camará!
Coro - Ieê que viva meu Deus!
Ieê que é Deus Meu, Camará!
Coro - Ieê que é Deus Meu!
Ieê pra liberdade, Camará!
Coro - Ieê pra liberdade!
Ieê viva Zumbi, Camará!
Coro - Ieê viva Zumbi!
Ieê a democracia, Camará!
Coro - Ieê Democracia!
Ieê é Lula lá, Camará!
Coro - Ieê é Lula lá!
Ieê é nois aqui, Camará!
Coro - Ieê nois aqui!
OBSERVAÇÕES:
Essa poesia é uma música a ser cantada nas rodas de capoeira. É denominada LADAINHA, e normalmente é cantada com respeito no início das rodas de capoeira, em especial da capoeira Angola, onde os jogadores ficam agachados aos pés do Berimbau em sinal de respeito.
A compus em 1995, no ano da minha formatura em psicologia e fiz algumas adaptações para o momento político presente. Sem dinheiro para participar da festa, comemorei minha conquista na roda de capoeira, junto de amigos(as) e principalmente do meu professor que também era o meu namorado, com o qual estou casada até hoje.
Se alguém ainda acha que, nós mulheres da classe trabalhadora que lutam contra o racismo e por direitos trabalhistas somos cheias de "mimi", passe por aqui para um bate papo, que como boa mineira eu conto os "causos" necessários para você entender o que é RESILIÊNCIA DE VERDADE - que transforma dor em poesia e ainda sem comemorar direito uma conquista, passa de uma luta a outra sem mesmo ter terminado a anterior e transforma tudo em PARCERIA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário