SÓ QUE NÃO!
Já sabemos, através dos estudos dos intelectuais e denúncia dos movimentos sociais, que o racismo em nossa sociedade é estrutural - perpassa as nossas relações sociais, está "embutido" em nossos padrões de organização social, de tal forma que, muitas vezes nem imaginamos que algum acontecimento específico está relacionado com a organização social da sociedade. Assim, quando vamos ao Posto de Saúde e somos atendidos(as) por um médico branco, não associamos isso a racismo e não paramos para refletir porque existem tão poucos médicos negros. Isso vale para diversas outras profissões.
Essa realidade nos desafia e nos impulsiona para a necessidade de ação. Ainda mais porque o racismo, que é estrutural, se manifesta também em cenas de violência física, moral e psicológica. Já é prevista em lei, a punição para todas essas violências. Mas no Brasil, entre a lei, sua aplicabilidade e as transformações sociais advindas da atuação das autoridades, nem sempre caminha em uma velocidade que atenda os anseios da realidade.
Assim, precisamos organizar ações em nosso cotidiano que desafie a realidade vigente, denunciando-a legalmente, mas também ideologicamente.
Sugestões de ação:
- Preocupe-se com o tema constantemente - vigie suas palavras, seus gestos, seus pensamentos. Procure se informar, leia textos sobre o tema. Acompanhe o que o Movimento Negro tem feito, quais suas prioridades, suas opções políticas, seu modelo de atuação.
- Repasse diariamente mensagens sobre o tema. Mantenha o tema racismo nas mídias e não apenas em Maio e Novembro - é de mensagem em mensagem que vamos superar essa ideologia.
- Se for adepto de alguma fé ou crença, reze pela superação do racismo estrutural em nossa sociedade. Reze em especial pelo fortalecimento dos integrantes do Movimento Negro.
- Quando a mídia divulgar a violência contra a raça negra, pesquise os acontecimentos "de perto", preocupando-se em especial com a proteção da vítima. Procure verificar se a lei foi cumprida.
- Informe-se sobre os casos de racismo em que a justiça agiu e foi eficiente.
- Organize ou participe de grupos de estudos - história, leis, intervenção - sobre o tema. Pode ser um grupo de whatsapp mesmo.
- Lembre-se que a intervenção para "gerar mudanças" passa por diversos níveis - legal, social, psicológica, cultural, política e etc. Escolha seu espaço de atuação e ATUE.
- O conhecimento de todo o processo de organização e construção das leis, a luta para a sua implantação, é um dos aspectos importantes para a solução dos problemas.
- Assista palestras, filmes, entrevistas e compartilhe em sua rede de contatos. Se for mais audaciosa, leve esse tema para as praças, comunidades, bares, feiras e etc.
- Leve o tema para sua comunidade, sua Pastoral, orações. Que o tema racismo e outros preconceitos se torne tema transversal em nossas atuações.
- Em nossas redes sociais, divulguemos o tema, sempre com a meta de sair de nossas bolhas. Procure semanalmente cinco pessoas "novas" do seu contato para mandar as mensagens. Assim, em um mês, teremos 20 pessoas fora do nosso grupo de acesso, conhecendo o tema e falando sobre ele.
- Divulgue mensagens no status do whatsapp - apresenta um bom número de acessos.
E, vamos trocando um pouco mais de "figurinhas" por aqui, até nossas ideias se transformarem em ação e nossa ação em transformação.
Que nossa atuação contra o racismo estrutural seja constante e não apenas uma preocupação manifestada quando a mídia divulga uma cena absurda de violência.
Para superar o racismo é necessário agir de minuto a minuto, de mensagem em mensagem, de mão em mão.
Até o próximo gesto de luta e que ele anteceda a violência e a evite.
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