SOBRE EMPATIA, CAMINHADA, ESPERA, CAVALGADA E SACRIFÍCIO.
EMPATIA E CORRIDA - A VITÓRIA QUE NÃO SE ALCANÇOU
A melhor metáfora da empatia que já ouvi é compará-la à CAMINHADA. Dizem que empatia é andar no ritmo do outro. Existem textos e vídeos na internet falando da mística de "diminuir o passo" e acompanhar o outro no seu ritmo, no seu tempo, no seu estilo de caminhada. E tudo isso é especialmente verdadeiro, principalmente quando o outro é idoso, uma vez que ele jamais vai conseguir caminhar no seu ritmo se você for jovem.
Mas, como muito já se falou sobre os pontos positivos da empatia, hoje quero fazer o papel ao contrário e falar daquilo que a empatia não "dá conta". Farei isso no estilo mineiro, CONTANDO HISTÓRIA:
Tenho um amigo que, quando estava no exército, praticava corrida, atletismo e competia. Era razoavelmente bom. Talvez em outro país teria recebido apoio e financiamento para se tornar um atleta. O nosso sistema social não é muito empático com as habilidades pessoais da classe baixa.
Mas além da falta de empatia do sistema para com o seu talento, em uma das competições em que participava - corrida de longa distância -, viveu uma experiência peculiar: encontrou pelo caminho um amigo que estava delirando. Pelo que entendi, é “razoavelmente comum isso acontecer em corridas de longa distância” - a fisiologia explica.
Meu amigo, que também é empático por natureza, em vez de ver naquela situação a possibilidade de VENCER o outro na competição, parou de correr, o amparou, conversou com ele, o acalmou e seguiu caminhando junto, calmamente, convencido que completar a trajetória faria bem para a saúde mental e física do companheiro de corrida e de fato o fez.
Mas aí o pior aconteceu:
Ao chegar perto da linha de chegada, na reta final, o "amigo" já recuperado através do amparo recebido, se desvencilha do braço que o apoiava, sai correndo e cruza a linha de chegada primeiro que quem o amparou.
Por enquanto, digo apenas que seria cômico se não fosse trágico. Vou deixar os comentários para o próximo texto.
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