Hoje gostei da imagem que vi no espelho enquanto treinava.
Parecia que uma energia especial tomava conta de mim e ia superando a dor - o nome disso é desenvolvimento.
Lembrei dos meus sofrimentos cotidianos:
- assédio moral
- objetivos não realizados
- fragilidade física.
Em uma discrepância entre dores, LEMBREI-ME DOS VÍDEOS DO GENOCÍDIO PALESTINO.
Seguindo a frase do poeta espanhol Antônio Machado - Caminheiro não existe caminho, o caminho se faz ao andar - deixei a mente "caminhar" espontaneamente em seus temas que surgem do mistério de todas essas angústias.
Então odiei as mensagens de "coaching", que nos orientam a olharmos os problemas dos outros para suportar os nossos.Eles propõem o seguinte raciocínio: “olhem para o mendigo da rua, ele não tem nada e ainda sorri, você tem uma casa, um teto, comida, máquina de lavar e está reclamando do que?” Segundo os "coachings" da internet, isso seria uma motivação para seguir em frente e superar as tristezas e desânimos.
Minha amiga Elisa diz que pensar nas tristezas dos outros apenas aumenta as suas. Eu comumente penso que comparar dores é de uma desumanidade sem tamanho.
Lembro-me do slogan "todas as vidas importam” e o parafraseio: “TODAS AS DORES IMPORTAM.”
A mente "caminhou" mais um pouco e lembrei-me do dia no trabalho em que eu estava sofrendo muito com as dores do meu aparelho dentário e uma colega teve um infarto, me fazendo sentir medíocre em minha dor. Um colega me perguntou:
- Nilceia, sabe qual é a maior dor do mundo?
- Respondi que não.
- A SUA. A DOR QUE ESTAMOS SENTINDO NO MOMENTO É SEMPRE A MAIOR DOR DO MUNDO.
Mas hoje me pareceu medíocre e desproporcional pensar que a minha dor de uma fragilidade física que se manifesta na aula de alongamento e minha dor emocional diante do assédio moral inerente a algumas relações sociais são equivalente a dor de um pai palestino que "protege" seu filho com o próprio corpo enquanto ouve seus familiares gritarem diante da morte.
Então minha mente "caminha" espontaneamente para uma síntese:
“NÃO, MINHA DOR DE MULHER DA CLASSE TRABALHADORA DE UMA SUPOSTA CLASSE MEDIA BRASILEIRA NÃO É MAIOR QUE A DOR DA BARBÁRIE QUE ATINGE AO POVO PALESTINO.”
Então o que fazer diante de tanta dor?
Minha mente "caminha" um pouco mais e a CATÓLICA em mim se manifesta com força:
“TODAS AS DORES ADQUIREM SENTIDO LIBERTADOR QUANDO OFERTADAS JUNTO COM O SANGUE DE CRISTO NO ALTAR DA IGREJA E TRANSFORMADAS EM LUTAS POR JUSTIÇA E PAZ NO PALCO DA VIDA.”
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