terça-feira, 23 de janeiro de 2024

CONSTRUINDO MEU PRÓPRIO FIO DE ARIADNE


MÍDIAS SOCIAIS: UM VASTO OCEANO SEM REDES, SEM NAVIO, SEM BÚSSOLA, SEM PORTO, SEM ÂNCORA… 


Sem o devido preparo, muitos podem se "perder" no emaranhado de informações que os atropela na internet. Por isso decidi enfrentar o DESAFIO, buscando na metáfora do Mito do Fio de Ariadne, uma esperança de me organizar mentalmente para viver minhas relações midiáticas em 2024 sem me perder nos excessos que marcam a minha comunicação. 

O estudo se deu através da internet mesmo, porque ela está à mão, presente o tempo todo, com um preço acessível, e se este não estiver acessível, é só pegar a senha do wi-fi de alguém - kkkk -, e então podemos ir para onde quisermos. No meu caso, regressei à época dos mitos e fiz uma breve visita à Ariadne e seu FIO  que não era mágico, mas que trouxe vivo seu amado de volta do labirinto: 

https://www.infoescola.com/mitologia/ariadne/

"Ariadne amava Teseu que se entrega por vontade própria ao Minotauro - meio homem, meio touro - que ocupava o labirinto. Ele toma essa decisão ao saber que sua terra natal deveria entregar como tributo a Creta uma cota anual de sete moças e sete homens, os quais seriam oferecidos ao monstro, que era carnívoro. 

A estrutura labiríntica fora criada no Palácio de Cnossos, com vários caminhos enredados, de tal forma que ninguém seria capaz de deixar seu interior depois que houvesse nele entrado. Mas Ariadne, completamente apaixonada, oferece ao seu amado, que também parece amá-la, uma espada para ajudá-lo a lutar contra o monstro, e o famoso fio de Ariadne, que o guiaria de volta ao exterior."

"Até hoje o fio de Ariadne é constantemente citado nos âmbitos da filosofia, da ciência, dos mitos e da espiritualidade, entre outras esferas que reivindicam seu significado metafórico. Vinculado ao símbolo do labirinto, ele é constantemente visto como a imagem com a qual se tece a teia que guia o Homem na sua jornada interior, e o ajuda a se desenredar do caminho labiríntico que percorre em sua busca do autoconhecimento."

Essa metáfora me parece ideal para representar a realidade da internet, porque quando a realidade se torna virtual é fácil se perder. 

A internet me parece mais perigosa que o Labirinto onde Teseu entrou, pois as mudanças no ambiente ocorrem em um clicar de dedos e muitas vezes sem o clicar dos dedos - o labirinto parece possuir vida própria e é administrado por mãos invisíveis que direciona o caminho sem que ninguém perceba. É o segredo dos algoritmos que poucos possuem o domínio e dos quais muitos são vítimas. 

Assim, experienciando as MÍDIAS SOCIAIS, QUE SE APRESENTAM A MIM COMO UM VASTO OCEANO SEM REDES, SEM NAVIO, SEM BÚSSOLA, SEM PORTO, SEM ÂNCORA,COM LABIRINTOS SECRETOS NO MEIO, DO LADO, NA DIAGONAL, À ESQUERDA, À DIREITA... A METÁFORA DO FIO DE ARIADNE ME PARECE IDEAL PARA ENFRENTAR O PROBLEMA. 

Quando o assunto é contemporaneidade e não apenas vida online, mas também a conciliação de uma vida concreta que se impõe, mesmo as ideias da internet insistindo em se sobrepor à realidade, a metáfora do Fio de Ariadne parece-me "cair como uma luva" e me lembra que tenho de voltar para "casa" dessa tal consciência de mim que insiste em se perder no tempo das consultas infinitas e distanciar-se do espaço de corpos concretos para um mundo de ideias sem sequência que NÃO permite a compreensão e apreensão de conhecimento. 

A diferença do mito do Fio de Ariadne é que Teseu vai para dentro do labirinto, enquanto que na internet o labirinto nos leva para fora de nós - cada vez mais para fora, cada vez mais distante das sensações, das percepções, do brilho no olhar, do suor, dos cheiros, do medo que sobe das entranhas e se disfarça sutilmente na relação com o outro, dos olhares furtivos, dos resmungos secretos, da tão perfeita "cara de paisagem"... na internet não tem como exercitar a tão defendida habilidade social. 

Mas começo por questionar, qual é o seu fio de Ariadne?

O que te leva para dentro do labirinto?

O que te trás para fora?

O que te permite voltar para dentro de si, uma vez que a internet te leva para fora?

Em que âncora seu fio de Ariadne está amarrado? 

Qual o seu porto?

Começo questionando e termino deixando você pensar, antes de continuar a minha viagem pelo caminho do meu próprio pensar.

Um comentário:

  1. O que me leva para fora também me leva para dentro, a cultura, a arte e as relações sociais verdadeiras, para mim, verdadeiras são as presenciais. Cultura e arte, é neste fio que a minha vida se move, elas me levam a ampliar meus horizontes. Milton.

    ResponderExcluir

TRANSFORMANDO FRAGILIDADE EM FORÇA

Transformando desequilíbrio em equilíbrio. Um brilho do sol refletido no espelho insiste em incomodar, direcionando o fechar dos olhos para ...