Meu supervisor de estágio, Adoniran Possan, uma vez me disse da existência de um livro que explicita a SOLIDÃO DOS GRANDES LÍDERES. Não me lembro o nome do livro e nunca o li, porque na multiplicidade de tarefas da mulher da classe trabalhadora, o conhecimento vai se formando assim, de forma caótica e fragmentada. Às vezes, a memória nos salva espontaneamente, com um tema que se faz urgente.
Tenho lembrado desse tema por várias vezes nos últimos tempos, e recentemente nas eleições, refleti sobre esse tema contemplando a figura do LULA.
Apesar de pertencer a geração que criou o PT e ter participado intensamente dos Movimentos Sociais que o sustentou a partir dos trabalhos de conscientização de base nos anos 80 e 90, não tenho qualquer intimidade com a "figura" do Lula. Como católica, evito todo tipo de "tietagem". Assim, o conheço como a grande maioria das pessoas o conhece.
Mas, mesmo assim, me arrisco a escrever sobre uma PSEUDO SOLIDÃO dele.
Lula, na minha interpretação, é fundamentalmente um diplomata no sentido popular do termo - ele conversa com todos e acolhe muitos, até mesmo antigos opositores.
Fez uma parceria com Alckmin, correndo um risco altíssimo de perder apoio das bases que realmente trabalham pelo Partido e por um programa democrático para o país.
Quando disse a um amigo que agora eu podia falar bem do Alkmin sem sentimento de culpa, porque ele criou o Programa Escola da Família na Secretaria Estadual de Educação de São Paulo e esse programa foi a retomada da minha vida profissional em um momento muito difícil e possibilitou ao meu marido CURSAR FACULDADE, meu amigo me respondeu:
“SÓ NÃO ESQUEÇA QUE ELE MANDOU A POLÍCIA BATER EM PROFESSORAS(ES)”.
Mas Lula é assim, em um momento crucial vai lá e faz parceria com antigos INIMIGOS para resolver e superar um problema maior.
Ele visita e anda com naturalidade em diversos ambientes:
O Lula, que fala no Supremo Tribunal, faz o discurso da posse, visita uma cidade vítima de catástrofe, faz a intervenção federal em Brasília, visita os ianomâmis para ver de perto a imoralidade da fome e da morte, voa para Argentina participando do encontro das Américas, É SEMPRE O MESMO. O que muda é o ambiente.
Tenho amigas que o conhecem pessoalmente e seus relatos dizem que ele é uma pessoa simples e acolhedora - "um de nós".
A questão é que eu conheço muitas pessoas que seguem o Partido dos Trabalhadores fielmente e trabalham por e para ele. Mas o carisma daquilo que chamo carinhosamente de "DIPLOMACIA POPULAR", são poucos os que possuem.
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