segunda-feira, 29 de agosto de 2022

AGOSTO LILÁS – MÊS DE COMBATE A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

 LUTAS/CONQUISTAS/HISTÓRIAS E POESIAS


Chegamos ao fim do mês de Agosto.

Eu, particularmente, fechei o mês com intensidade, participando da live na UNIP sobre o combate à violência contra a mulher - https://www.youtube.com/watch?v=OQV_h0tVjTI&feature=youtu.be

Mas o tema não se esgotou – Como disse Maria Gorete Patekoski, o tema não se esgotou, porque o problema não foi resolvido – em um momento marcante da live da UNIP de 26/08/2022 no polo Cosmópolis-SP diz: “Nós viemos aqui, está tudo muito bonito, eu vim inteira de Lilás, tem flores lilás em cima da mesa, e tudo isso é muito bonito e faz parte também do movimento, mas não é o suficiente, não pode ser isso, porque o que realmente precisa acontecer é que as mulheres parem de morrer.”

Assim, encerro o Agosto Lilás, com a consciência tranquila, porque este ano fiz ampla divulgação do tema, levando outras mulheres a refletirem sobre o mesmo, mas consciente de que há muito a ser feito.

Os desafios estão na sociedade como um todo e requer ação governamental que atenda às mulheres vítimas de violência, combate às ideologias machistas que justificam a violência e muitas vezes são reproduzidas de forma automática e talvez inconsciente por nós. Está nas pequenas comunidades, igrejas, associações, escolas, aqui embaixo, onde a vida da classe trabalhadora acontece de fato. Está nas famílias, que são células da sociedade e é onde a violência acontece na maioria das vezes. Mas também está no indivíduo, no intrínseco, e requer atendimento individual, muitas vezes personalizado para situações e contextos específicos.

Está no espaço simbólico onde as afetividades são formadas e organizadas, nas relações sociais concretas onde aprendemos a ser GENTE, a nos humanizar ou encontramos e damos vazão à fera em nós.

E cabe a todas nós fazermos a reflexão cotidiana do tema, buscando sínteses entre o nosso passado, o presente e o que desejamos construir.

Na música de capoeira Dona Isabel, Tony Vargas - https://www.youtube.com/watch?v=omteLGVVXEM - esbanjou senso de realidade em sua poesia de denúncia, quando disse:

“Dona Isabel chegou a hora

De acabar com essa maldade

De mostrar pra nossos filhos

O quanto custa a liberdade”

Assim, para alcançar a plenitude da liberdade feminina em nossa sociedade, torna-se necessário fazermos memória do tempo árduo que passou. É preciso “mostrar para as nossas filhas o quanto custou e custa a liberdade atual que elas têm hoje”. É preciso contar para nossas filhas e filhos que hoje, quando podemos:

ESTUDAR – SE ALFABETIZAR - OS MESMOS CONTEÚDOS DOS MENINOS - ESCOLHER O CURSO - FAZER FACULDADE, ESPECIALIZAÇÃO, PÓS GRADUAÇÃO, MESTRADO, DOUTORADO.

TRABALHAR FORA - FAZER USO DO DINHEIRO CONQUISTADO.

PRESTAR CONCURSO.

VOTAR - CANDIDATAR-SE E OCUPAR CARGO PÚBLICO

ESCOLHER A ROUPA A SER VESTIDA

ESCOLHER SE QUER CASAR OU COM QUEM CASAR

Que tudo isso e muito mais, foi conquista, conquista e conquista.

Em cada item colocado acima, existem duas palavras históricas ocultas: LUTA E CONQUISTA.

É preciso explicar a nossas garotinhas, cada vez que as arrumamos e enviamos para o jardim de infância que elas estão usufruindo de uma CONQUISTA HISTÓRICA, FRUTO DA LUTA PELOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS MULHERES.

É claro que se torna necessário construir uma linguagem para contar a realidade histórica às crianças e isso requer estudos, produção científica, produção literária e a construção de um discurso ideológico que não nos traumatiza mais ainda. É preciso contar para elas que sua vovó, que ela ama tanto NÃO teve a oportunidade de ir para escola e que agora ela, criança linda, maravilhosa, repleta de esperança no aprender o saber do viver pode ir para escola porque é um direito conquistado, garantido na Constituição Nacional.

Entendo que é preciso preencher com uma linguagem encantada as nossas lutas históricas, demonstrando a mística da luta em palavras suportáveis às crianças e jovens.

Se alguém se assustar com a minha proposta, respondo que nada traumatiza mais que a morte violenta de uma mulher que se tornou indefesa dentro de uma sociedade que não lhe poupa da violência e contabiliza as suas mortes com uma certa indiferença estatística.

Dando uma pausa no tema COMBATE A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES POR AQUI, PARA ABORDAR OUTRAS LUTAS QUE SE FAZEM NECESSÁRIAS E URGENTES, MAS CONSCIENTE QUE ELE ESTARÁ PRESENTE EM MINHA VIDA DE MULHER EM CADA SEGUNDO DA MINHA EXISTÊNCIA.

Porque como dizem minhas amigas feministas - vivemos problemas pelo simples fato de sermos mulheres e isso não é justo.

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