Transformando desequilíbrio em equilíbrio.
Um brilho do sol refletido no espelho insiste em incomodar, direcionando o fechar dos olhos para o mundo e forçando a atenção para o mundo interior silencioso.
É preciso respirar. A respiração é vida. Mas, um ser desobediente em mim, parece adiar a respiração para depois e deixar o corpo encontrar o limite do desespero.
Me lembro das mulheres vítimas da guerra. Elas não têm escolhas - sua dor corporal está longe de ser suportável - mas suportam - suportam e protegem os seus com seus corpos frágeis e vulneráveis. Sua resiliência me inspira. Sinto vergonha da minha fraqueza.
Não sei quais desígnios da vida nos colocam em posições tão diferentes.
Qualquer coisa pensada sobre isso me parece um sacrilégio à dor da outra que chora em vídeo, com o filho exaurindo o último suspiro por causa da fome.
Continuo na luta espiritual e corporal por um mundo mais justo - sem feminicídio, sem guerra, sem destruição do frágil.
Acumulo derrotas silenciosas, pois vivo em um mundo em que a dor foi proibida por atrapalhar as futilidades.
Mas persisto silenciosamente a contemplar em oração a dor do mundo - a dor da Palestina…
Nenhum comentário:
Postar um comentário