IDEIAS CONCOMITANTES
ELABORAÇÕES CONTÍNUAS
TRABALHO INTENSO
CONCOMITANTE com outras atividades cotidianas, me preparava para escrever o texto dessa semana. Já tinha algumas ideias "engatilhadas" a partir dos últimos textos, quando fui "tomada" por mensagens de ZAP que me deixaram INQUIETA, provocaram outros "gatilhos mentais" desafiantes, disparados naturalmente, me pedindo elaboração e ação comunicativa.
Decidi PARTILHAR DUAS DESSAS MENSAGENS E A RELAÇÃO DELAS ENTRE SI:
Em um grupo de Movimento Social Católico, uma pessoa questiona a quantidade de mensagens do grupo e o fato que ninguém comenta, e assim fica sem saber se as pessoas leram, se concordaram/discordaram, se tem propostas ou não.
Quase CONCOMITANTE, ao ler a mensagem dela, tive acesso a outra mensagem INQUIETANTE em outro grupo de zap:
O link de um vídeo, onde uma jovem mulher, supostamente mãe, ensinava duas crianças, com palavras e gestos, como se faz sexo com uma mulher "empoderada".
Achei interessante que quem mandou o vídeo foi um homem de aproximadamente 55 anos, em um grupo de ZAP com 45 participantes, sendo 42 homens e apenas 03 mulheres. Portanto, o grupo é predominantemente masculino.
O colega postou o vídeo e fez um áudio em seguida colocando a sua indignação com a mulher, supostamente mãe das crianças. Seu objetivo era fazer a denúncia ao mesmo tempo que desabafava a sua indignação.
No áudio ele coloca sua revolta contra a mulher e diz que esse país não tem lei. Expressa sua forma de resolver os problemas, dizendo que acha que essa mãe deveria ser punida, inclusive fisicamente.
Mesmo sendo radicalmente contra a violência como forma de resolver problemas, preciso dizer que, para muitas pessoas da periferia, a VIOLÊNCIA FOI E É A FORMA DE SOBREVIVÊNCIA. É O MODELO QUE CONHECEM.
Mas ao partilhar o vídeo e a indignação, entendo que o colega continua na busca por soluções dos problemas que lhe chegam. Cabe a nós, dos movimentos sociais, estar por perto para fazer o debate de forma saudável, dar as orientações sobre aquilo que já conquistamos e apresentar o que precisa ser conquistado.
Como tenho prática de DIÁLOGO com pessoas diferentes, não foi difícil responder a colocação do colega:
- Disse a ele que na própria postagem tem como denunciar o vídeo como abuso infantil.
- O estatuto da Criança e do Adolescente já condena esse comportamento do adulto, no caso uma suposta mãe, portanto O BRASIL TEM LEI SIM.
- Enviarei o vídeo para setores que trabalham na proteção da Criança e Adolescente, e depois compartilharei a resposta no grupo.
- Existe projeto de Lei para regulamentar as Mídias Sociais e responsabilizá-las por esses conteúdos.
- Precisamos ficar "antenados(as)" e apoiar os políticos que realmente combatem a violência contra crianças e adolescentes nas mídias sociais.
- Liberdade de expressão não pode ser desculpa para cometer crimes.
Das mensagens que eu enviei para terceiros pesquisando sobre o tema, recebi até agora três respostas:
- uma profissional vai ver o que mais pode ser feito além de denunciar nas próprias mídias.
- consegui um mecanismo de denúncia do Ministério Público da Criança e do Adolescente, que farei no próximo dia útil.
- que os mecanismos de segurança existentes a nível dos municípios e do estado não possuem recursos tecnológicos para averiguação de tais casos.
- consegui outras pessoas para denunciarem o vídeo na mídia.
Depois de todo esse TRABALHO, chego a algumas conclusões:
- se eu não estivesse no grupo de ZAP onde participam pessoas de diversas tendências ideológicas, teológicas e políticas, eu não teria acesso ao conteúdo da internet e não teria a oportunidade de fazer o enfrentamento do problema.
- se assim o fosse, não teria ninguém para fazer as orientações ao colega que postou o vídeo, ele permaneceria sem conhecimento sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e não saberia que a denúncia pode ser feita na própria plataforma digital.
- o colega não seria acolhido em sua revolta e provavelmente continuaria pensando que a solução para o problema é a violência contra a mulher, suposta mãe.
- portanto a orientação de diversos intelectuais de Movimentos Sociais, inclusive movimentos católicos, para que as pessoas permaneçam em suas "bolhas", é uma estratégia equivocada.
- minha amiga que possui o desejo legítimo de diálogo terá de esperar um pouquinho mais, até eu concluir o TRABALHO de pesquisa, orientação e encaminhamento sobre esse vídeo, porque tudo isso LEVA TEMPO, MUITO TEMPO....
- o ideal é pesquisar/estudar profundamente o Estatuto da Criança e do Adolescente, assim como a luta para regulamentação das redes sociais e os nomes dos políticos pró e contra a regulamentação e partilhar no grupo de ZAP que deu origem ao tema, em linguagem acessível à classe trabalhadora.
HAJA TEMPO - NÃO DÔ CONTA SOZINHA!
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