Meu pai não acreditava em AMIZADE. Nos orientava claramente a não confiar em ninguém. E depois de muito "penar", descobri que essa orientação está na Bíblia:
“...MALDITO O HOMEM QUE CONFIA NO HOMEM…” (Jeremias, 17:5)
Mas, filha rebelde, inclusive nas sutilezas, sempre sonhei em ter UMA AMIGA.
Em uma fase com muita dificuldade financeira e de extrema SOLIDÃO, entre os diversos sonhos, havia o de ter uma amiga.
Acho que meu desejo atingiu níveis absurdos, quando meu marido me chamou para conversar sério e me perguntou porque eu queria ter uma amiga. A minha resposta foi de criança: “quero uma amiga, porque eu quero uma amiga.”
Ele, que nem religioso era, me respondeu objetivamente:
“Você sabe que está na bíblia que, quem encontra um amigo encontra um tesouro, não sabe?”
Respondi também como criança:
“Exatamente, eu sei. E é por isso que quero uma amiga.”
Então, meu marido se satisfez em introduzir um nível de consciência em minhas ilusões e me deixou sonhar.
E não é, que pelo mistério dos tempos, contrariando as orientações do meu pai, superando as preocupações do meu marido, a vida me ofereceu amigas!
AMIGAS QUE PASSAM A NOITE EM CLARO COMIGO, QUE SE APROXIMAM E SE AFASTAM CONFORME MINHA NECESSIDADE, RESPEITAM MEUS SILÊNCIOS E ORGANIZAM A NOSSA PROXIMIDADE.
Algumas são mulheres de muita fé, outras são ateias.
Algumas se conhecem, outras são distantes.
Formadas em faculdades ou com ensino primário.
Héteros e homossexuais.
Que diferença faz as diferenças, quando o amor da amizade nos irmana a todas?
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